MST protesta e pede celeridade nas investigações do assassinato de Fábio Santos
Um ano depois do brutal assassinato do militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Fábio Santos, no município de Iguaí, no sudoeste da Bahia, as investigações estão travadas e nenhuma resposta foi dada pelo município ou pelo estado sobre o caso. Por isso, nesta quarta-feira (2), os trabalhadores sem-terra fazem um ato público em memória e repúdio ao assassinato do militante. Em discurso na Câmara Federal, o deputado Valmir Assunção (PT-BA), líder do MST no estado, confirmou o ato para esta quarta e lembrou da atuação de Fábio dizendo “que essa atividade vai denunciar a morosidade da justiça em relação ao crime”.
“Como tantos outros líderes sem-terra Brasil afora, ele vivia sob ameaças, mas nem por isso deixava de atuar em favor da reforma agrária, pois entendia - da mesma forma como entendemos - que esta é a melhor forma de se buscar a justiça no campo. Fábio infelizmente teve sua vida interrompida. Mas a sua luta continua, pois é a luta de todos os trabalhadores e trabalhadoras rurais que querem ter o direito à terra, à produção e a uma vida futura mais digna e com plenos direitos assegurados”, pontua Valmir, visivelmente emocionado.
O parlamentar lembrou ainda de outros dois protestos sobre o caso na Bahia. Um primeiro, em abril de 2013, quando cerca de 5 mil trabalhadores saíram em marcha de Camaçari à Salvador, pautando uma investigação mais apurada sobre o crime e outro no dia 10 de setembro, quando três mil camponeses se mobilizaram e acamparam na porta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). “Esse caso da SSP repercutiu nacionalmente. O ato era para cobrar novamente esclarecimento do assassinato do militante, e eles acabaram sendo recebidos com três tiros pelo subsecretário da pasta. Mesmo assim, passou-se um ano e as investigações em torno do caso estão travadas. Nenhuma resposta é dada pelo município ou pelo estado a respeito do ocorrido”.
Sobre o protesto - As manifestações devem durar todo o dia em Iguaí e região, com o objetivo de estabelecer um diálogo com a sociedade o ato se divide em dois momentos, no primeiro será realizada uma missa no local do assassinato na estrada entre Iguaí e Palmeirinha a partir das 8h. Logo após os familiares, sem-terras, amigos e convidados se deslocam em marcha ao centro da cidade. Em outro momento na Praça da Matriz, diversas representações públicas a nível federal e estadual se farão presentes, assim como, prefeitos e vereadores do município e região.